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Gravação de Piano Elétrico e Acústico

A gravação de teclados é bastante simples. A maioria tem saídas estéreo então, plugue os dois canais e faça um pan direito/esquerdo. Você pode ajustá-los como quiser na sua mix. Uma alternativa que irá economizar espaço no disco rígido é gravar o teclado em MIDI.
O formato MIDI armazena as notas tocadas, quão rápido a tecla foi apertada, e quanto tempo a tecla permaneceu abaixada. Então quando você começa a mixar, você deixa que o computador toque a parte do teclado para poder mixá-la com o resto da música. A razão pela qual faço isso é que ela me dá mais opções na mixagem. Se eu quiser posso mudar os instrumentos, variar a quantidade de efeitos, etc.
A gravação do piano tem seus próprios desafios. Se você não conseguir um bom som de piano de um teclado electrônico (o que é bem frequente), sua única opção é gravar um piano ao vivo. Tudo depende da forma como o piano contribui para a música. Além disso, pianistas vão preferir tocar um piano de verdade em vez de um teclado por causa do toque, sensibilidade e sonoridade. O principal problema é que os pianos podem ser instrumentos muito ruidosos com pedais rangendo, e teclas barulhentas. Certifique-se antes de gravar que o piano esteja afinado e aclimatado para a sala. Eles são famosos por ficarem desafinados quando movidos de uma sala para a outra por causa da umidade e temperatura. Existem várias maneiras de se microfonar um piano e todas com resultados diferentes. A fim de se obter uma imagem estéreo com um som natural e equilibrado, coloque um microfone cerca de 10 centímetros acima das cordas altas e outro cerca de 10 centímetros acima das cordas baixas. Também não há problema se utilizar um microfone para o ambiente da sala mas lembre-se de que o som da sala irá afetar o som como um todo. É por isso que o piano deve ser gravado em uma sala super silenciosa. Ouça com atenção o som dos microfones e certifique-se que você não terá problemas de fase. Normalmente, não é necessária a compressão e mixando-se o som adequadamente vai resultar em uma linda faixa de piano que se ajustará perfeitamente na sua mixagem com pouca ou nenhuma equalização.

Gravando um violão


Os microfones
A primeira coisa a fazer é selecionar o microfone. Para um violão acústico, você pode ter duas técnicas diferentes: uma técnica de microfonagem mono, ou com dois-microfones, estéreo. Para a gravação de instrumentos acústicos na melhor qualidade possível, usaremos um microfone de condensador. A razão de se usar um microfone condensador ao invés de um microfone dinâmico é muito simples; os microfones condensador tem uma reprodução das alta freqüências e uma resposta transiente muito melhor. Os microfones dinâmicos, como o SM57, são ótimos para os amplificadores de guitarra já que não necessitam de tantos detalhes de transiente.

O posicionamento
Escute seu violão. Você verá que a maioria das frequências graves estão perto da boca do violão; as frequências mais altas estão em torno do 12º traste. Sendo assim, vamos dar uma olhada nas técnicas que mencionamos acima.

Técnica de microfonagem simples (Mono)
Se usar apenas um microfone, começe colocando-o perto do 12º traste, a uns 15/20 cm de distância. Se isso não lhe der o som que você procura, tente mover o microfone ao redor; depois que você gravar, uma boa idéia e dar uma “dobrada” no canal - gravando a mesma coisa novamente, e então fazer um “hard-panning” para a esquerda e para a direita.

Técnica de microfonagem com dois microfones (Estéreo)
Se você tiver dois microfones a sua disposição, coloque um no 12º traste, e outro em torno da ponte. Faça um “hard-panning” em seu software de gravação (esquerda/direita), e grave-os. Você vai descobrir que essa técnica produziu um tom muito mais natural e mais aberto; isto é realmente fácil de explicar: Você tem duas orelhas, assim quando você grava com dois microfones, ele soará mais natural ao seu cérebro. Você pode também tentar uma configuração X/Y em torno do 12º traste: coloque os microfones de modo que suas cápsulas estejam em um ângulo de 90 graus, virados para o violão. Faça um “panning” esquerdo/direito, para uma imagem estereofónica mais natural.

Usando um captador
Você pode querer gravar usando um captador interno. Às vezes gravar com um captador e mixar com os microfones pode render um som mais detalhado; entretanto, isso é com você, e na maioria dos casos, a menos que seja um captador de boa qualidade, o som não ficará bom. Só gravando mesmo para ouvir o resultado.

Mixando
Se você estiver mixando uma música com outras guitarras, talvez seja melhor usar a técnica de microfonagem em mono pois a estéreo lhe proporciona muita informação sônica e pode acabar ficando tudo meio embolado. Se for uma música só com violão e voz, então a técnica em estéreo é mais apropriada.
A compressão do violão é outro assunto muito subjetivo. Eu, particularmente utilizo muito pouca compressão. Novamente, tudo depende do tipo de música. Começe com uma compressão 2:1 pois o violão é muito dinâmico e não devemos estragar isso.

Gravando um Baixo Acústico ou Elétrico


A melhor posição do microfone para a captação do baixo acústico é em torno de 15/20 cm e uns 60/70 cm afastado.
Ele deve ser apontado um pouco acima do buraco “f” pelo lado das cordas mais altas. Não há um tipo padrão. Tipos diferentes de microfones dão grandes resultados. Pessoalmente, gosto de utilizar o Neumann TLM 103 embora já tenha conseguido bons resultados com microfones dinâmicos como o Sennheiser 421.


Normalmente usamos uma Direct Box Countryman e um microfone para o gabinete. A DI lhe dá uma ótima definição, enquanto que o microfone dá corpo. Na mixagem podemos combinar ambas as fontes para uma melhor definição sonora.

Gravando a Bateria



Bateria pode ser o instrumento mais difícil de gravar por causa de todas as variáveis envolvidas. Primeiro, há o kit. A qualidade e a condição do kit é provavelmente o maior fator de se obter um grande som de bateria. As peças individuais precisam ser afinadas individualmente e, em seguida, ajustada para uma determinada tonalidade. A afinação da bateria é um assunto que não vamos abordar aqui, mas basta dizer que quanto mais você souber sobre afinação de bateria, melhor serão suas sessões. O segundo fator para se obter um bom som de bateria é a sala. Uma sala muito “viva” pode produzir um grande som mas reduz à sua capacidade de inserir a quantidade de reverber que você quiser mais tarde. Uma sala bem “seca” lhe dá mais opções. Se não tiver certeza de qual caminho você deve percorrer, opte pela “seca”. Você sempre pode adicionar reverber e ambiência mais tarde. Por fim, a habilidade do baterista irá completar a trilogia. Você pode ter um grande kit em uma grande sala, mas se o baterista não for um “bom baterista”, você está em apuros. A pista da bateria é o que todo o resto da música se baseia. Se o baterista não estiver conseguindo, não gaste o seu tempo ou o dele – peça que volte quando tiver a música mais ensaiada.
Existem várias maneiras de microfonar um kit de bateria começando com apenas 2 microfones e seguindo até aos 16 ou mais. Pessoalmente acho que a melhor solução está no meio, ou seja, 8 microfones:
1) Dois para o overhead – preferencialmente condensadores de diafragma pequenos.
2) Um Senheiser MD-421 para a caixa e um Shure SM-57, para cada um dos tons.
3) Um condensador de diafragma pequeno para o hi-hat como o Shure SM-81.
4) Um AKG D-12 para o bumbo.

Os microfones overhead devem ser colocados entre 60 cm e 1 metro acima do Kit apontando na direção do baterista. Eles devem estar espaçados em pelo menos 1 metro um do outro para possibilitar uma imagem esterofônica. Os SM-57s devem ser colocados em cada peça com braçadeiras para não interferir com o baterista, ou seja, o mais próximo à frente do kit possível. Cada microfone deve estar em um angulo de 45 graus e aproximadamente 5cm de distância da pele. O microfone do bumbo deve estar em um pedestal curto e dentro da peça. Você terá que experimentar com a distância para obter o som desejado. Se você tiver compressores, certifique-se de utilizá-los, pois eles fazem toda a diferença na gravação. Se o guitarista estiver na mesma sala, tudo bem, depois dos overdubs de guitarras o vazamento não vai ser notado e, de repente até adiciona uma certa profundidade no som. Outra coisa a se lembrar é ter um metronomo para guia. Ele vai dar a consistência no andamento.

Criando uma zona livre de reflexão


Primeiras reflexões e ecos

A meta para qualquer sala de mixagem é criar uma Zona Livre de Reflexão (RFZ) na área onde fica o técnico/engenheiro de som. Isso ocorre quando o som dos altofalantes chega a seus ouvidos através de dois caminhos diferentes - um direto e outro retardado após refletir em uma parede.
Da mesma forma que é prejudicial se o som do altofalante esquerdo bate na parede da direita e chega ao seu ouvido direito, e vice - versa. As reflexões do teto e piso também podem prejudicar a clareza e a imagem. Em todos os casos, as reflexões obscurecem os detalhes e tornam difícil localizar a fonte do som ou instrumentos musicais.

Este desenho, visto de cima, mostra os três principais caminhos pelos quais som de um altofalante chega ao seus ouvidos. O som direto é mostrado com linhas pretas. As primeiras reflexões nas paredes mais próximas - são as linhas vermelhas, e os ecos e ambiência chegam como mostrado em azul. Na verdade, as linhas azuis são muito mais complexas e densas do que o único caminho mostrado aqui, mas isso é suficiente para explicar o conceito.
A meta principal de uma Zona Livre de Reflexão é eliminar as primeiras reflexões mostradas em vermelho instalando painéis acústicos sobre as paredes laterais em locais chave. Não mostrado, mas tão importante quanto, são as primeiras reflexões do teto e do piso.